SERVIÇO TEM POTENCIAL PARA GANHO DE ESCALA

Por Valor Econômico | Sérgio Tauhata e Fernanda Bompan

O WhatsApp Pay tem potencial para mudar a forma como os brasileiros fazem transações financeiras no dia a dia. Segundo especialistas e instituições ouvidas pelo Valor, a solução pode ganhar escala em alta velocidade, a exemplo do Pix, o sistema de pagamentos instantâneos capitaneado pelo Banco Central.

De acordo com o diretor-executivo de Soluções da Visa do Brasil, Juliano Manrique, uma pesquisa encomendada pela empresa mostra que 80% da base de usuários da bandeira declara interesse em fazer transferências e, futuramente, pagamentos pelo WhatsApp. “O canal digital tem potencial para substituir a parte de transações com dinheiro físico”, aponta ele.

“O potencial é ilimitado”, afirma Julio Zaguini, CEO da Botmaker no Brasil, uma das parcerias oficiais do WhatsApp para a implementação de APIs. “Se a operação for simples vai ser adotada em massa, porque é natural que o usuário adote o caminho mais fácil”, resume o especialista.

Para Manrique, da Visa, “uma vez cadastrados os cartões, simplesmente faço uma transferência com quatro cliques na tela”. Conforme o diretor de meios de pagamentos do Banco do Brasil, Edson Rogerio da Costa, uma das nove instituições que faz parte da etapa de lançamento do sistema, “a experiência para o cliente vai ser muito amigável, porque durante uma conversa posso automaticamente fazer uma transferência, quase como colocar uma foto e mandar”, afirma o executivo.

Na visão do professor do Centro de Estudos de Microfinanças e Inclusão Financeira da FGV (FGVcemif), Adrian Cernev, “o WhatsApp Pay é um grande player pelo tamanho que tem no Brasil, mas do jeito que está ainda não muda o mercado, que já vinha acontecendo com o Pix”. Para o pesquisador, “quando ele for autorizado a ser uma ‘wallet’ [carteira digital], aí sim ele ganha mercado.”

Cernev acredita que o BC “acertou em autorizar só agora com o Pix [já em operação], porque do contrário a solução tinha chance de dominar o mercado”. Para o professor da FGV, “seria como trocar um mercado concentrado em bancos, para uma Big Tech; evitamos ser uma China”.

Nessa primeira fase, o regulador permitiu apenas as transferências entre pessoas físicas, com cadastro de cartões de débito e pré-pagos. O BC sinaliza a possibilidade de autorizar futuramente a função de pagamentos de bens e serviços para empresas. No caso das transações entre usuários individuais, não há cobrança de tarifas.

Segundo o gerente-executivo de meios de pagamentos do BB, Bruno Alves do Nascimento, a ideia é que, quando for implementada a solução, as instituições possam cobrar tarifas pelas operações. “Nesse primeiro momento, as transferência é entre pessoas e a remuneração é feita pelo Facebook para os bancos parceiros. Cada transação tem uma remuneração, mas o cliente não paga nada.”

Conforme Nascimento, “a remuneração no caso de o BC autorizar o pagamento de bens e serviços vai ser muito similar ao que se observa no Pix. Quando autorizadas as transações de compra de pessoas jurídicas, a empresa vai remunerar a cadeia para poder receber pelas as vendas no WhatsApp”.

O gerente do BB explica que, do ponto de vista técnico, essas operações serão “como uma transação normal de cartão de crédito”. Com o início do funcionamento do WhatsApp Pay, as instituições participantes poderão convidar 15 mil clientes por dia até 17 de maio, quando essa cota será revisada. No entanto, se o usuário transferir um valor para uma pessoa ainda não cadastrada, automaticamente essa conta passa a estar habilitada para uso da solução. “É uma estratégia viral e a tendência é que a base de usuários aumente aceleradamente”, diz Nascimento.

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