Por Talita Moreira e Fernanda Bompam | Valor Econômico
A Cielo informou hoje que Paulo Rogério Caffarelli apresentou sua carta de renúncia ao cargo de diretor-presidente, que foi aceita pelo conselho de administração, segundo comunicado à CVM. Caffarelli deixará a Cielo após quase três anos à frente da companhia.
A saída do executivo pegou de surpresa até mesmo auxiliares. De acordo com um interlocutor próximo à empresa e outro ligado aos acionistas, Caffarelli deixa a empresa, controlada por Banco do Brasil (BB) e Bradesco, porque tem “outros planos”. Mas uma terceira fonte próxima aos controladores disse que havia insatisfação do governo com o executivo, que chefiou o banco de investimento do BB na era Dilma, presidiu a instituição financeira na gestão Temer e nunca foi um bolsonarista. O momento da saída, entretanto, surpreendeu.
O executivo chegou à Cielo no fim de 2018 com a missão de transformar a empresa. Mesmo sendo líder de mercado, a credenciadora estava sob forte ataque de novos concorrentes.
O cenário altamente competitivo não mudou, ao contrário. Para enfrentá-lo, Caffarelli adotou uma série de medidas para que a Cielo ganhasse relevância no segmento de varejo, mais rentável, e saísse da guerra de preços no mercado de grandes contas.
Ao mesmo tempo, reforçou a equipe de vendas própria da credenciadora para que ela dependesse menos da distribuição feita no balcão dos bancos, e tentou transformar a Cielo numa empresa mais tecnológica. Essa iniciativa se deu em várias frentes, mas talvez a mais vistosa delas é o acordo para processar as transações que serão realizadas por meio do WhatsApp Pay.
Nada isso, entretanto, impediu que a Cielo continuasse enfrentando a desconfiança (e um tanto de especulação) dos investidores a respeito de seu futuro. As ações da companhia fecharam a quarta-feira a R$ 3,90, com alta de 1,56%.
Sucessor
Para suceder Caffarelli, o conselho de administração da companhia elegeu Gustavo Henrique Santos de Sousa, que ocupa há dois anos a posição de vice-presidente executivo de finanças e diretor de relações com investidores da Cielo.
Antes, Sousa ocupou outras posições de destaque em grandes companhias brasileiras, como diretor financeiro e relações com investidores da Klabin, diretor presidente da CPFL Renováveis, diretor de controladoria, tesouraria, relações com investidores e tributário da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e diretor de controladoria do Banco do Brasil.
Possui MBA pela Columbia Business School, Mestrado em Gestão Econômica de Negócios pela Universidade de Brasília e MBA em Administração Financeira pela Fundação Getúlio Vargas.
A Cielo informa no comunicado que Paulo Caffarelli deixa a posição hoje, mas permanecerá “apoiando a companhia até 31 de maio em processo de transição”. A posse efetiva de Gustavo Sousa ocorrerá após a homologação pelo Banco Central.
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