PICPAY REFORÇA TIME E SE PREPARA PARA IPO

Por Valor Ecômico | Por Fernanda Bompan

O PicPay, carteira digital controlada pelo Banco Original com quase 50 milhões de clientes, trouxe para o time no mês passado Eduardo Chedid, então CEO da empresa de cartões Elo, para ajudar na montagem de um marketplace financeiro. A companhia já vem reforçando a equipe com executivos de peso, enquanto se prepara para uma listagem na Nasdaq ainda neste semestre, segundo apurou o Valor. Impulsionada pelo isolamento social e com um marketing agressivo, a base de clientes disparou 177% no ano passado e segue em forte expansão neste ano.

Chedid assumiu a vice-presidência de serviços financeiros do PicPay com o desafio de consolidar a plataforma de serviços do segmento. A companhia já conta com 4 milhões de cartões emitidos e oferece crédito pessoal, com a possibilidade de os usuários contratarem empréstimos de outras instituições diretamente na plataforma. Agora, vai começar a oferecer empréstimo entre pessoas, conhecido como “peer-to-peer lending” (P2P).

Na sua primeira entrevista desde que chegou na PicPay, Chedid afirma que, em um primeiro momento, essa modalidade funcionará como um “empréstimo entre amigos”. Para diminuir os riscos, principalmente de quem empresta, o PicPay permitirá que a transação ocorra apenas entre a agenda de contatos dentro da plataforma.

Os juros são negociados pelo tomador diretamente com o investidor, que, assim, pode ter um rendimento mais atrativo do que em muitas aplicações. Se ambas as partes concordam com as condições de valores, taxas e prazos, o PicPay formaliza o contrato no mesmo dia, calcula o valor das parcelas e se encarrega de lembrar o tomador de pagá-las.

Chedid lembra que, pela regulamentação do empréstimo entre pessoas do BC, o contrato não pode ultrapassar o valor de R$ 15 mil. Como já é uma instituição de pagamento, o PicPay não pode ser também uma sociedade de empréstimos entre pessoas (SEP), então para essa nova operação P2P atuará como correspondente bancário da Crednovo, também controlada pelo grupo J&F.

“Por isso, buscamos a conexão entre os produtos e usuários, porque caso uma pessoa precise de mais de R$ 15 mil, ele pode recorrer também ao crédito pessoal ofertado pelo PicPay, por exemplo”, explica. Na segunda fase, o PicPay permitirá o empréstimo coletivo, em que investidores podem comprar cotas de operações de empréstimo solicitadas na plataforma.

Em 2021, outras modalidades de empréstimo e novos produtos, como investimentos, também vão compor a prateleira da plataforma do “superapp”. “Como um marketplace financeiro, queremos poder oferecer para nosso usuário o maior número de produtos e serviços possível, de forma intuitiva e integrada”, afirma Chedid, que atua há 27 anos no mercado de meios eletrônicos de pagamento. Antes de comandar a Elo, ocupou a vice-presidência comercial da Cielo, foi vice-presidente da Visa e diretor da Credicard.

O PicPay pode ser usado como forma de pagamento em mais de 5 milhões de estabelecimentos parceiros, incluindo nas máquinas Cielo, Rede e Getnet. Em média, são movimentados R$ 3 bilhões por mês no aplicativo. A carteira digital (wallet) do PicPay foi a pioneira no país a fornecer serviços de pagamento instantâneo entre as pessoas e por meio de QR Code.

Evitando dar números, o executivo afirma que a meta com esses serviços, além de ganho de escala, é reter o cliente na plataforma. Em fevereiro, a PicPay chegou a 47,6 milhões de usuários cadastrados, 23% acima do número alcançado ao fim de 2020, impulsionada pelo ritmo mais acelerado da digitalização financeira no Brasil, em função do isolamento social, e um marketing agressivo — vide o patrocínio ao reality show Big Brother Brasil. No ano passado, a base de clientes já havia quase triplicado de tamanho.

“Nunca a velocidade de mudança [digital] foi tão grande. Claro que a pandemia não é uma coisa boa, mas ela possibilitou que a digitalização da população fosse acelerada. Muitos que não tinham hábito ou resistiam a ver a tecnologia como uma ferramenta mudaram de opinião”, destaca Chedid.

Além dele, outros executivos de alto escalão chegaram recentemente na companhia, como o ex-Cielo e PagSeguro Rômulo Dias, que vai liderar a área financeira e de relações com investidores; e Fábio Plein, que comandava o Uber Eats. O CEO é José Antônio Batista, de 36 anos, neto do fundador da JBS. Ele assumiu em agosto do ano passado, no lugar de Gueitiro Guenso.

Segundo o Valor apurou, essa movimentação faz parte do processo para abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) do PicPay. Questionado, Chedid disse que não comenta o assunto. Em fevereiro, o Pipeline, novo site de negócios do Valor, noticiou que o PicPay já havia contratado o BTG como coordenador do IPO.

O PicPay foi fundado pelo capixaba Anderson Chamon e é controlada pelo Original — banco da J&F, a holding dos irmãos Batista que também controla a JBS. Além dos serviços financeiros, o PicPay tem outras verticais de negócio como a PicPay Store, uma plataforma aberta em que parceiros podem disponibilizar seu catálogo, com a oportunidade de garantir benefícios.

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